quarta-feira, 20 de junho de 2012

vida


"O vento corta os seres pelo meio.

Só um desejo de nitidez ampara o mundo...
Faz sol. Fez chuva. E a ventania

Esparrama os trombones das nuvens no azul.
Ninguém chega a ser um nesta cidade,
As pombas se agarram nos arranhacéus, faz chuva.

Faz frio. E faz angústia... É este vento violento

Que arrebenta dos grotões da terra humana
Exigindo céu, paz e alguma primavera. "

(Mário de Andrade)

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