(...) Estavam sentados
lado a lado, tristes e mortificados, como que atirados, sozinhos, para uma
costa deserta depois de uma tempestade. Raskólnikov olhava para Sônia e sentia
que o seu amor por ele era grande e, coisa estranha, para ele era doloroso ser
amado tão infinitamente. Sim, era uma sensação estranha e terrível! Quando se
dirigia para casa de Sônia sentia que ela era a sua grande esperança e o seu
grande remédio; pensava aliviar-se pelo menos de uma parte do seu sofrimento e,
agora, num instante, quanto todo o coração dela se lhe entregava, sentia e
percebia que se tornara incomparavelmente mais infeliz do que antes.
(Fiódor Dostoiévski, Crime e Castigo)
* Terminei "Dublinenses" (Joyce) e agora agarrada com "Memórias do subsolo" (Dostoiévski) e "O Idiota" idem (.)