domingo, 9 de setembro de 2012

É isso

Esperança (Mário Quintana)
 
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
- ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
 
(Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118.)

sábado, 8 de setembro de 2012

vida


simplicidade

- Fico com o coração - respondeu o Homem de Lata. - Porque cérebro não faz ninguém feliz, e a felicidade é a melhor coisa do mundo! (O mágco de Oz)

amor

poentes

Perder-se significa ir achando e nem saber o que fazer do que se for achando. Não sei o que fazer da aterradora liberdade que pode me destruir. Mas estou tão pouco preparada para entender. Mas como faço agora? Por que não tenho coragem de apenas achar um meio de entrada? Oh, sei que entrei, sim. Mas assustei-me porque não sei para onde dá essa entrada. E nunca antes eu me havia deixado levar, a menos que soubesse para o quê." (Clarice Lispector)


Consciência

Remorso (Olavo Bilac)

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.

Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!

Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,

Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

domingo, 2 de setembro de 2012

Vida que segue...


“E é interessante.
O tal do ser humano é interessante.
Sempre procurando o amor definitivo e a tal da segurança.
Logo ele, capaz de morrer no próximo minuto,
sujeito à primeira ventania,
e sem a menor chance diante do menor maremoto.
A segurança, colega, não existe.
A gente inventou.
E isso dói.”
(A vida é bela, Oswaldo Montenegro)